O aplicativo 99, de compartilhamento de corridas, apresentou nesta sexta-feira (7) duas assistentes virtuais que contam com inteligência artificial para identificar passageiras em situação de maior risco e prevenir assédio.
Chamadas de Pítia e Atena, as tecnologias enviam às passageiras somente motoristas mulheres ou condutores melhor avaliados.
Por meio de análise e mapeamento de corridas, as IAs conseguem identificar as corridas classificadas como de risco, como viagens à noite, trajetos mais longos, chamadas por terceiros, ou partindo de regiões com bares e casas noturnas.
Ao mesmo tempo, os algoritmos das assistentes analisam motoristas nas redondezas das chamadas e atribuem uma pontuação a cada um, baseado em fatores como gênero, nota na plataforma e quantidade de reclamações.
Esse processo é feito em milésimos de segundo e, com as informações coletadas, Pítia consegue selecionar para a corrida apenas os motoristas com maior pontuação de segurança, motoristas mulheres, ou condutores com melhor qualidade de atendimento.
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Ao passo que Atena oferece uma camada de conscientização, enviando vídeos e textos aos motoristas antes do embarque das passageiras, orientando-os sobre a importância de manter o profissionalismo e o respeito, além de oferecer dicas de como agir.
Resultados da ação
Em quatro meses de testes antes do lançamento, a 99 afirma que Pítia conseguiu contribuir com a diminuição de 45% do número de ocorrências de assédio sexual contra passageiras. Já Atena, reduziu os casos de violência em 17% em apenas uma semana.
“Com tecnologia de ponta, hoje somos capazes de identificar as situações de maior risco e atuar antes mesmo que um problema aconteça”, diz Pamela Vaiano, diretora de comunicação da 99. “Usar inteligência artificial é o mesmo que ter especialistas em segurança feminina monitorando 24 horas cada uma das corridas do app. Tudo isso em menos de um segundo.”
Combate à violência contra mulheres
Anteriormente, a 99 chegou a lançar outra IA, a Ártemis. Desenvolvida em parceria com a Think Eva, consultoria da organização voltada para empoderamento feminino, a tecnologia visa monitorar avaliações entre passageiros e motoristas apóas as corridas, a fim de identificar uma série de palavras e contextos que podem estar relacionados a assédios.
Por meio de análise semântica, Ártemis consegue rastrear não apenas termos isolados, mas contextos onde as informações estão inseridas.
Dessa forma, a assistente sabe diferenciar o termo “nojento” em um contexto onde o comentário é “o motorista foi um nojento pois ficou me perguntando coisas inadequadas” de um contexto onde a passageira afirma que “o carro estava sujo, muito nojento”.
Assim, automaticamente, a tecnologia identifica denúncias de assédio deixadas nos comentários, auxiliando o banimento de agressores e direcionando atendimento humanizado às vítimas.
Vale ressaltar que uma equipe especializada da 99 faz uma rechecagem para avaliar os detalhes da ocorrência e tomar as providências cabíveis.
Com a atuação da Ártemis, são identificadas e banidas, em média, 730 pessoas por semana que cometeram algum tipo de assédio, entre motoristas e passageiros. Além disso, a inteligência artificial é capaz de aprender sozinha novos termos, tendo passado de 350, em 2018, para mais de mil hoje.
Há algum tempo a 99 vem investindo em IA com foco em segurança. No ano passado, a empresa já havia relatado que o uso da tecnologia era responsável por diminuir 60% das ocorrências graves.