O aumento de casos de Covid-19 por novas variantes tem preocupado a Apple e fez a direção da empresa adiar o retorno aos escritórios, de setembro para outubro.
A empresa enviou comunicado interno as funcionários alertando sobre a mudança e a data oficial para a volta ainda está em aberto – até lá, colaboradores seguirão em trabalho remoto.
Neste momento, a fabricante é uma das primeiras gigantes da tecnologia dos Estados Unidos (EUA) a postergar os planos de retorno à rotina pré-pandemia.
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Além do aumento de casos de infecção e morte, a decisão da Apple está relacionada também às críticas de seus próprios funcionários, que acreditavam que o prazo de retorno em setembro era muito cedo.
Em junho, Tim Cook, CEO da Apple, disse que a volta deveria começar no início de setembro, com funcionários indo presencialmente no mínimo três vezes na semana.
Na época, o executivo citou como fatores importantes para a decisão a alta disponibilidade de vacinas e a queda nas taxas de infeção nos EUA.
No entanto, apesar de metade do país já estar imunizada, o número de mortes por Covid-19 segue maior do que óbitos por armas, acidentes e carros combinados.
Isso está relacionado ao surgimento e à propagação de novas variantes do coronavírus, como a Delta, que está gerando um novo surto mundial.
Essa versão do vírus é 75% mais contagiosa do que a cepa original de SARS-CoV-2 e está se espalhando 50% mais rapidamente do que outras variantes. No Brasil, já foram registrados mais de 100 casos da variante Delta.
Além do adiamento da volta aos escritórios, rumores apontam que a Apple também está testando um formato híbrido de trabalho em lojas, uma vez que no pós-pandemia os consumidores podem seguir preferindo fazer compras online.
Popularização do trabalho remoto
Na indústria da tecnologia, assim como em muitos outros setores, os modelos de trabalho remoto e híbrido estão cada vez mais sendo vistos como vantagem importante do ponto de vista dos funcionários – e as empresas estão percebendo a importância de se atualizarem para conseguirem atrair e reter talentos.
O Facebook, por exemplo, afirmou que todos os colaboradores da empresa poderão seguirão trabalhando remotamente, em tempo integral, mesmo após o fim da pandemia – desde que a função possa ser realizada em home office.
Essa política se aplicará também a funcionários que trabalham em outros países, no entanto, pode ser que haja reajuste salarial de acordo com a localização do colaborador.
A Microsoft também se mostrou adepta do trabalho remoto, permitindo que uma parcela dos funcionários continue permanentemente em home office após o fim da pandemia de Covid-19.
Já na IBM, o CEO Arvind Krishna acredita que cerca de 80% dos colaboradores não devem voltar a trabalhar no modelo tradicional no pós-pandemia, mas ainda não sabe como será a flexibilização.
O Google, por sua vez, introduziu uma política de retorno mais permissiva do que era anteriormente à pandemia, permitindo que equipes trabalhem em locais diferentes, ou de casa. Porém, assim como no Facebook, a realocação ou home office podem implicar num corte salarial.
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Via: Bloomberg