O smartphone Galaxy M62 chegou ao Brasil com a característica pompa da fabricante Samsung, que o disponibilizou em caráter exclusivamente online, mas prometendo ampla duração de bateria, desempenho de primeira linha e todos os benefícios visuais do display Super AMOLED que a sul-coreana vem implementando em todos os seus produtos.

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Felizmente, essas metas foram cumpridas, com o Galaxy M62 se posicionando como um “intermediário-quase-topo-de-linha” que, embora não brigue com aparelhos como o Mi 11 ou mesmo seu irmão mais famoso – o Galaxy S21 -, se posiciona com certo conforto no topo da pirâmide de seus congêneres.

Isso, porém, não vem sem a sua sorte de erros.

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Imagem mostra a tela da frente do Galaxy M62, sendo segurado por uma mão e um notebook exibindo a página inicial do Olhar Digital ao fundo. Samsung lançou o Galaxy M32 e o Galaxy M62 no varejo online brasileiro em 2 de agosto
O smartphone Galaxy M62, da Samsung: desempenho perto dos topos de linha, com design arrojado e bateria monstruosa. Imagem: Rafael Arbulu/Olhar Digital

O ponto mais atrativo que mencionamos neste review do Galaxy M62 é, sem sombra de dúvidas, a sua bateria: falando em números, a Samsung instalou um componente de 7.000 miliamperes-hora (mAh), prometendo duração maior que um dia dentro de uso rotineiro mais intenso.

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Aqui, a empresa foi bem além de sua missão: não só uma carga completa do Galaxy M62 dura o tempo que a empresa antecipou, como pode chegar – e passar – de dois dias completos em caso de usos moderados.

Em nossos testes, rodamos jogos que pedem por desempenho amplo (Genshin Impact, Castlevania: Symphony of the Night e Dead Cells), forçando o hardware como pudemos para “estressar” o aparelho ao máximo – e a bateria se segurou bem firme, custando a baixar de 100% para 70% em mais de duas horas de partida. A GPU Mali-G76 MP12 trabalhou bastante, mas fez um ótimo gerenciamento de recursos.

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Depois, preferimos testes com uso mais comum: streaming de músicas pelo Spotify durante os nossos turnos no Olhar Digital, ocasionalmente um vídeo no YouTube e TikTok. O mais pesado que fizemos foi acompanhar o evento Galaxy Unpacked pela tela do M62: em três dias (finalizando com o dia do evento em si), foi necessária apenas uma recarga de bateria, e até a finalização desta análise, ela ainda apresentava 38%.

Entretanto, a Samsung adotou a “malandragem” com alguns detalhes: o Galaxy M62 tem recarga rápida de 25 watts (W). Isso não é o mais rápido já visto, mas é rápido. E é aqui que entra o truque da fabricante: se você deixar o smartphone com, digamos 8% e recarregá-lo, imediatamente a tela exibirá a mensagem de “recarga super rápida”, prometendo a bateria cheia em pouco mais de uma hora.

Imagem mostra a parte traseira do Galaxy M62, sendo segurado por uma mão e um notebook exibindo a página inicial do Olhar Digital ao fundo. Samsung lançou o Galaxy M32 e o Galaxy M62 no varejo online brasileiro em 2 de agosto
A traseira do Galaxy M62 é feita em plástico: embora as cores fiquem vibrantes, esse material também atrai muita poeira, e sem a certificação de proteção contra elas, fica difícil limpar suas arestas. Imagem: Rafael Arbulu/Olhar Digital

O problema é quando o aparelho subir sua carga para algo entre 25% e 30%. Nessa hora, a parte “super rápida” da recarga é desligada, ficando apenas na transferência padrão de energia – e aí a sua recarga não vai levar uma hora, já que o tempo vai aumentar. Não que não seja rápida – a Samsung não mentiu, ela só brincou com as palavras a ponto de nos fazer pensar em ter algo que não era bem assim.

A bateria nos levou a outra preocupação – o design. Isso porque, na maioria dos casos, uma bateria de alta capacidade tende a ser grande, ocupando um espaço considerável e incomodando uma boa parcela dos usuários.

O Galaxy M62 já conta com um display considerável – Super AMOLED de 6,7 polegadas – que o faz não caber na maioria dos bolsos. Mas a Samsung conseguiu afinar a bateria o suficiente para que a apresentação externa do smartphone seguisse os padrões elegantes da sul-coreana: a tela infinita é obviamente um ponto forte aqui, aliado à traseira com cores mais vibrantes (ao menos, o nosso modelo azul) deixam o aparelho com um ar mais refinado.

Único problema no que tange ao visual é a imensa facilidade que ele tem para atrair sujeira: não basta as impressões digitais ficarem evidentes na tela e na “pegada” das mãos na parte traseira, o fato de sua carcaça ser feita de plástico torna a sua limpeza mais complicada – o material não possui qualquer certificação de proteção e, por isso, sujeirinhas menores e partículas acabam entrando com facilidade em suas saídas e pequenas frestas.

Falando nelas, a Samsung segue investindo na saída de 3,5 milímetros para fones de ouvido (embora não venha um fone na caixa) – o que deve agradar aos audiófilos que preferem um som mais “puro”. Entretanto, a exemplo do que a empresa fez com o Galaxy Book 360 e outros produtos de seu portfólio, o Galaxy M62 tem um cabo exclusivamente USB-C. A não ser que você tenha um adaptador (comprado separadamente), pode esquecer a recarga do aparelho em seu notebook ou outros produtos com conexão USB-A.

Imagem mostra a parte inferior e as entradas de fone e USB-C do Galaxy M62, sendo segurado por uma mão e um notebook exibindo a página inicial do Olhar Digital ao fundo. Samsung lançou o Galaxy M32 e o Galaxy M62 no varejo online brasileiro em 2 de agosto
A Samsung segue apostando na oferta de entradas USB-C (e somente elas), o que pode complicar a vida de quem prefer a versatilidade de vários tipos de entrada. Imagem: Rafael Arbulu/Olhar Digital

Outro ponto negativo fica para a identificação facial e o sensor de impressões digitais: ambos são consideravelmente imprecisos. O primeiro dificultava o reconhecimento do rosto por causa de algumas alterações na barba do usuário, enquanto o sensor digital, por várias vezes, travou por “tentativas excessivas erradas”, pedindo pelo código alfanumérico – mesmo quando a digital em questão era do próprio usuário cadastrado – isso quando, por algumas ocasiões, o leitor não “fisgava” no bolso e entendia aquilo como um toque digital, novamente incorrendo em erro.

As câmeras também são um ponto de destaque: o kit traseiro é constituído de um sensor primário de 64 megapixels (MP), seguido de uma lente grande angular (ultra wide de 123º de visão) de 12 MP e as outras duas – uma macro e um sensor de profundidade – com 5 MP cada. Na frente, uma câmera de 32 MP e efeito bokeh semiautomático, acionado por inteligência artificial (embora algumas inconsistências estejam presentes).

A IA, inclusive, é o ponto forte das fotografias: não apenas a câmera frontal consegue determinar a ambientação das suas selfies, acionando o desfoque do fundo conforme a sua preferência do que quer destacar na imagem; na parte traseira, o conjunto de identificadores algorítmicos determina com maestria a natureza do objeto que você está registrando.

Em outras palavras: uma refeição automaticamente receberá um filtro que destaque os ingredientes – tipo o hambúrguer na foto acima – e tire a atenção do fundo. Claro, esse efeito não é nada novo e aparelhos concorrentes fazem isso também, mas o Galaxy M62 consegue aliar a composição da imagem como se ela tivesse sido feita profissionalmente. Há erros? Sim. Ingredientes brancos, como arroz (sinto muito, mas vamos continuar com exemplos gastronômicos) ou cobertura de alguns doces ficam ocasionalmente estourados, perdendo a definição. Mas isso depende também da iluminação do ambiente (e nem tanto da IA) e é relativamente fácil de resolver.

E, obviamente, o filtro é exibido antes de tirar a foto, podendo ser desativado em caso de qualquer erro.

No hardware, a Samsung fez de tudo para inserir componentes poderosos, sem descaracterizar a percepção intermediária do Galaxy M62: o chipset Exynos 9825 não é o mais avançado da sul-coreana, mas tem um desempenho relativamente próximo do Snapdragon 855, que já foi, por um bom tempo, o “maioral” da Qualcomm – e isso diz muito.

Aliando isso à memória de 8 GB e armazenamento interno de 128 GB, e você tem um smartphone com forte capacidade de processamento e gestão de recursos.

No geral, o Samsung Galaxy M62 não é livre de erros – e alguns deles poderiam ser evitados -, mas o conjunto da obra com certeza vai agradar os consumidores que querem um desempenho próximo do topo, sem necessariamente apelar para os aparelhos mais padronizados lá de cima.

Hoje, a Samsung oferece o Galaxy M62 em duas cores – preto e azul – por R$ 2.499. Vale ressaltar, porém, que essa é a promoção de agosto – mês de lançamento. Depois disso, o preço deve subir para R$ 3.499.

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