Fóssil de pterossauro mais bem conservado do Brasil quase foi contrabandeado

Por Edson Kaique Lima, editado por Rafael Rigues 31/08/2021 08h41, atualizada em 31/08/2021 09h25
Animação mostra como seria um Tupandactylus navigans
Crédito: Victor Beccari/Plos One
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Um fóssil de pterossauro resgatado pela Polícia Federal em 2013 na cidade de Santos, no litoral de São Paulo, é o réptil voador mais bem conservado de sua espécie já encontrado no Brasil. O fóssil pertence a um pterossauro da espécie Tupandactylus navigans, um réptil voador da família dos tapejarídeos, que viveu entre 145 e 66 milhões de anos atrás, durante o período cretáceo.

Este pterossauro tinha uma enorme crista no topo da cabeça, que representava a maior parte da altura do animal. Além disso, o Tupandactylus navigans tinha um enorme bico de queratina, assim como as aves modernas. O fóssil foi interceptado pela Polícia Federal junto com mais 3 mil peças. Acredita-se que ele seria contrabandeado para Estados Unidos ou Europa para alguma coleção particular.

Comum… em partes

Fóssil de um Tupandactylus navigans
Esqueletos completos de Tupandactylus navigans são bastante raros. Crédito: Victor Beccari/Plos One

Os fósseis de pterossauros são relativamente comuns no Brasil, porém, geralmente, apenas os crânios desses répteis são encontrados, o que dificulta bastante os estudos sobre os animais desse grupo. Porém, o fóssil encontrado há oito anos durante a ação policial está bem completo, com mais de 90% do esqueleto e partes do tecido mole da crista e do bico conservados.

O fóssil está em uma grande pedra, que foi dividida em seis pedaços menores que se encaixam perfeitamente. Acredita-se que as pedras foram cortadas para serem vendidas para a construção civil. Segundo um estudo publicado na revista científica digital Plos One, o pterossauro tinha mais de 2,5 metros de uma asa a outra e cerca de um metro de altura.

Voava mal

Com essas medidas, os pesquisadores acreditam que o Tupandactylus navigans não fazia grandes viagens e passava a maior parte de seus dias em terra firme. Porém, o esqueleto apresenta características que dão a entender que o animal possuía a capacidade de decolar rapidamente, uma habilidade que seria usada para fugir de predadores.

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Pelas características do bico, os pesquisadores acreditam que o animal não era carnívoro e se alimentava de sementes, vegetais e frutos mais duros. As próximas etapas dos estudos do fóssil vão determinar se o indivíduo era macho ou fêmea. O achado está exposto no Museu de Geociência da Universidade de São Paulo (USP), no bairro do Butantã, na zona oeste da capital paulista.

Via: El País Brasil

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Redator(a)

Edson Kaique Lima é redator(a) no Olhar Digital

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Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital