Calendário astronômico de outubro tem chuvas de meteoros e mais turistas no espaço

O mês de outubro de 2021 nos dará vários motivos para manter os olhos no espaço. Teremos três missões tripuladas ao espaço, uma delas levando tripulantes que pretendem gravar o primeiro filme em órbita, além de duas chuvas de meteoros.

Também haverá o lançamento de uma missão para estudar asteroides que podem nos dar mais pistas sobre a formação do sistema solar, conjunções entre a Lua e planetas como Vênus, Júpiter e Saturno e uma boa oportunidade para observar Mercúrio e Urano a olho nu. 

Veja abaixo nosso calendário astronômico de outubro com os eventos mais importantes. Lembramos que todas as datas, horários e referências geográficas consideram um observador baseado em Brasília, e podem ser ligeiramente diferentes de acordo com sua posição no país.

Calendário astronômico de outubro

5 de outubro: Um foguete russo Soyuz lançará a espaçonave Soyuz MS-19 rumo à Estação Espacial Internacional, levando a bordo o cosmonauta russo Anton Shkaplerov e dois turistas espaciais: o diretor de cinema Klim Shipenko e a atriz Yulia Peresild, que planejam gravar um filme durante os 12 dias que permanecerão no espaço. O foguete vai decolar do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, às 5h55 (horário de Brasília).

8 de outubro: Pico da chuva de meteoros draconídeos, que estará ativa entre 6 a 10 de outubro. Para observá-la, olhe na direção norte do momento do pôr do Sol (18:09) até as 21h, quando seu radiante, a constelação do Dragão (Draco) irá se por atrás do horizonte. 

9 de outubro: Conjunção entre a Lua e Vênus. O planeta estará um pouco abaixo e à esquerda da Lua crescente, do momento do pôr do Sol até por volta das 21h20, quando irão se por atrás do horizonte.

12 de outubro: lançamento da missão NS-18 da Blue Origin. A bordo da cápsula New Shepard estará o ator William Shatner, o “Capitão Kirk” de Star Trek, que se tornará a pessoa mais velha a ir ao espaço.

14 de outubro: Conjunção entre a Lua e Saturno. O planeta estará diretamente acima da Lua, basta olhar na direção leste a partir do pôr do Sol. No mesmo dia teremos o lançamento de um foguete Soyuz a partir do Cosmódromo Vostochny, na Rússia, levando 36 satélites em órbita para a constelação de internet OneWeb na missão OneWeb 11.

15 de outubro: Conjunção entre a Lua e Júpiter. Olhando na direção leste, o planeta estará acima e ligeiramente à esquerda da Lua a partir do pôr do Sol.

16 de outubro: Lançamento da missão Lucy da NASA, que irá estudar os asteróides troianos. Ele vai decolar a bordo de um foguete Atlas V da United Launch Alliance (ULA) a partir do Complexo de Lançamento Espacial 41 na Estação da Força Espacial do Cabo Canaveral, na Flórida, às 6h34.

No mesmo dia a espaçonave tripulada Soyuz MS-18 retornará da Estação Espacial Internacional para a Terra com o cosmonauta russo Oleg Novitsky, bem como dois turistas espaciais: o diretor de cinema russo Klim Shipenko e a atriz Yulia Peresild, que chegaram a bordo da missão Soyuz MS-19 em 5 de outubro para gravar um filme no espaço. A partida está agendada as 22h13 de 16 de outubro, com pouso no Cazaquistão aproximadamente às 1h36 (0436 GMT) de 17 de outubro.

21 de outubro: Este será um dia cheio! O primeiro evento é a aproximação entre a Lua minguante e o planeta Urano, que passarão a 1,3 graus um do outro. Brilhando em magnitude 5,65, Urano poderá ser brilhante o suficiente para ser visto a olho nu sob o céu escuro. Ele estará acima e à esquerda da Lua, próximo à estrela Omicron Arietis.

Na mesma noite teremos o pico da chuva dos meteoros Orionídeos, que tem este nome pois parecem emanar da constelação de Orion. Você poderá observá-los a partir das 22h51, quando a constelação surge no horizonte ao leste, até o amanhecer.

Para facilitar, procure as estrelas popularmente conhecidas como as “três Marias” (Mintaka, Alnilan e Alnitak), que juntas formam o cinturão de Orion. A estimativa é que, sob condições ideais (céu limpo, em um local sem poluição luminosa), seja possível ver até 12 meteoros por hora

Por fim, a Coreia do Sul lançará seu foguete KSLV-2, também conhecido como Nuri, em sua primeira tentativa de lançamento orbital do Centro Espacial Naro. Não haverá carga real, apenas um “simulador de massa” que reproduz o peso e comportamento de um satélite durante o lançamento.

22 de outubro: A Arianespace usará um foguete Ariane 5 ECA para lançar os satélites de comunicações SES 17 e Syracuse 4A do Centro Espacial da Guiana próximo a Kourou, na Guiana Francesa.

24 de outubro: Mercúrio atinge o maior alongamento a oeste. O planeta mais interno alcançará sua maior separação a oeste do sol, brilhando intensamente em magnitude -0,6. O planeta poderá ser observado logo acima do horizonte, a leste, por volta das 5 da manhã.

Também no dia 24 a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) usará um foguete H-2A para lançar um satélite substituto para o Sistema de Satélite Quasi-Zenith do país, um GPS regional. Batizado de QZS 1R, o satélite vai decolar do Centro Espacial Tanegashima durante uma janela de lançamento de uma hora que abre às 23h.

28 de outubro: Um foguete russo Soyuz lançará a espaçonave de reabastecimento de carga Progress 79 para a Estação Espacial Internacional. Ele vai decolar do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.

30 de outubro: Um foguete SpaceX Falcon 9 lançará uma espaçonave Crew Dragon na missão Crew-3, o terceiro vôo operacional tripulado da empresa para a Estação Espacial Internacional. A bordo estarão os astronautas da NASA Raja Chari e Thomas Marshburn, o astronauta da Agência Espacial Europeia Matthias Maurer e um quarto tripulante que ainda não foi anunciado. Ele vai decolar do Complexo de Lançamento 39A no Centro Espacial Kennedy, da NASA, na Flórida.

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Como se orientar

Para acompanhar nosso calendário astronômico, é importante saber em que direção olhar e como identificar os principais pontos cardeais. Para isso, você pode usar um velho truque, uma bússola ou um app de astronomia em seu celular.

O velho truque é baseado numa frase que você deve ter aprendido na escola: “o sol nasce a leste e se põe a oeste”. Fique em pé e estique os braços, com o direito apontando para o nascente, e o esquerdo para o poente. Então você terá o leste à direita, o norte à frente, o oeste à esquerda e sul atrás de você.

Quanto às bússolas, quem usa um iPhone não precisa de um app extra: basta usar o “Bússola”, que é parte do iOS. Para Android minha recomendação é o “Apenas uma bússola”, da PixelProse SARL, que é bonito, simples, gratuito e, mais importante, sem anúncios.

Outra opção é usar um app de astronomia, que usa a bússola do celular e sua localização obtida via GPS identificar o que você está apontando ou indicar para onde olhar. Uma boa opção é o Sky Safari, da Simulation Curriculum Corp., que está disponível em versões para Android e iOS e pode ser usado gratuitamente. 

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